Em 1663 estava definitivamente esbarrondado o império daqueles que aos demais brancos, e graças à indômita temeridade, haviam ensinado a percorrer os mares nunca dantes navegados. Restava a Portugal, de tanta cousa que tivera, o que hoje possui.
Sequer lhe ficava uma única feitoria naquela costa de Coromandel, onde o seu antigo império, havia pouco ainda, não conhecia limites.
Mas já em 1664 os franceses, renascidos com Henrique IV e Sully, bradavam à gente tubantina enérgico nos quoque.
Mas é aí o caso de lembrarmos — tratando-se de regiões separadas não por um, mas por dois oceanos — o provérbio italiano do dal detto al fare c'e mezzo il mare. Só em 1667 é que os franceses fizeram vultosa aparição na terra hindustânica, graças a Luís XIV, instigador da Compagnie des Indes Orientales.
Em 1676 firmavam-se em Pondichery. De muito os haviam precedido os ingleses, mas intermitentemente. Só se fizeram realmente notados depois que nos mares europeus o grande Blake anulara, por assim dizer, a supremacia naval neerlandesa, batendo — aos não menos ilustres do que ele — Tromp e Ruyter. Foi Guilherme III, o verdadeiro fundador do poderio britânico da Índia, ressuscitando a velha e exausta Companhia das Índias, já quase secular, pois datava de 1599.
Iam defrontar-se, na Península Índica, as seculares rivais de uma e outra margens da Mancha, protegendo as respectivas empresas de comércio conquistador.