termo res publica, a coisa pública, que ele traduz e representa.
Ora, a família expressa ideia antitética ao Estado - é a ordem restrita, refratária à extensão, pelo seu espírito de reclusão e de segregação de grupo fechado típico. É a res privata, a ordem privada, eminentemente exclusivista, como é o laço parental.
Nada nega mais o Estado do que a família. Aristoteles na Politica já dizia que a diferença entre a família e o Estado não é quantitativa, de menos para mais, mas essencialmente específica. E Platão, apesar de admitir origem patriarcal ao Estado, deu sempre menor valor e importância à família na sua Republica, para que não dificultasse, segundo o seu propósito, a vida da cidade e a existência do Estado.
Incompatível com o poder político, a família ainda que intente ou venha realmente a exercê-lo, dado que historicamente possa ter alcançado e possuído o poder e conteúdo políticos naquelas sociedades simples e sem densidade, conforme teimosa hipótese clássica, desnatura o poder político a serviço do seu nepotismo.
Em face do Estado, quando este a absorve ou limita a potestade doméstica, a começa a desencadear uma força de resistência e de oposição. Porque o seu espírito é mais vivo e intenso do que o do Estado, com um fundamento sentimental