despraiado. Involuntariamente, somos induzidos a pensar com os da nossa geração. Quantos preconceitos dela não se insinuam e agasalham em sentenças que julgamos extremes de paixão, limpas de insidioso subjetivismo, imparciais, incontestáveis?
Traçamos, porém, o nosso roteiro.
Começamos a vencê-lo em 1935, com o tomo inicial desta coleção de telas retrospectivas. Não devíamos parar em meio da jornada. Outros farão melhor. Exatamente para provocar-lhes a iniciativa, finais brilhante ou mais rendosa, foi que nos abalançamos a peregrinar, com o leitor paciente, pelos itinerários obscuros da história social da Pátria. Vimos a colônia. Conhecemos o Império. Temos agora a República.
Nos livros, o principal não o que o autor pretende ensinar. É a ideia que desperta. O pensamento que impele. A consciência que alerta. E, em tudo isso, as meditações que suscita.
Não é suficiente dizer o que se sabe das realidades nacionais. Importante é também indicar o que resta saber... Por que se estude, com profundo e intuitivo desígnio de verdade, o nosso passado. E, na coincidência dos traços, na conjunção das cores, na combinação dos retratos, na austeridade e na autoridade dos relatos, ressurja, autêntico na sua fisionomia sincera, o Brasil, que tanto amamos!
P. C.
Rio de Janeiro, janeiro de 1939.