História do Brasil T1 - As origens (1500 - 1600)

este em que o melhor seria trazer os potiguares da Paraíba atirando-os sobre os invasores; como chefe desses índios amigos destacava-se o feroz Zorobabé, bom de empregar-se em empresas arriscadas, porque era de gênio rebelde e inseguro. Manoel Mascarenhas cumpriu a promessa. Apenas chegado a Pernambuco fez embarcar um grosso contingente de potiguares com o seu guia Zorobabé, e Alvaro de Carvalho os mandou, com o capitão Francisco da Costa, acossar o inimigo desde Ilhéus.(1) Nota do Autor

Parece que essa guerra não foi eficaz. Amedrontou, mas não expulsou os aimorés - continua frei Vicente - até porque não se demoraram os potiguares. Retiraram-se em 1603 (quando Diogo Botelho chegou à Bahia).(2) Nota do Autor Voltaram por terra, acabando com os quilombos de negros fugidos do rio Itapicurú e Zorobabé de tal modo insolente com os préstimos em que andara empenhado, que na Paraíba foi preso, mandado para o Reino e confinado em Évora, onde morreu.

A definitiva paz com os aimorés, que salvou de novos atropelos o recôncavo, foi iniciativa de Alvaro Rodrigues, da Cachoeira. Capitaneava os tupinambás da foz do Paraguaçu. Não havia mais poderoso mamaluco na região. Hábil e destemido, sabia ser irresistível no assalto e ardiloso na conquista. O neto de Caramurú honrava o seu sangue. Era para os índios um sol - diria o governador Diogo de Menezes, quando ele morreu, em 1609. Numa sortida aconteceu pegar uma rapariga aimoré, a quem mandou ensinar a língua geral.

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