CAPITULO 5.°
Da "Genealogia Paulistana"
"João Ramalho, foi capitão, entre os mais portugueses segundo escreveu Taques, teve o foro de cavaleiro e foi fundador, pelos anos de 1550, da povoação de Santo André da Borda do Campo; foi guarda-mor e alcaide-mor da dita povoação e dos campos de Piratininga, e em 1562 foi capitão-mor da expedição contra os índios Tupiniquins, que, confederados com outras tribos, tinham pouco antes dado um formidável assalto à nascente povoação de São Paulo de Piratininga, sendo estes índios repelidos graças ao valor e intrepidez do chefe índio Tibiriçá, que já estava então batizado com o nome de Martim Afonso Tibiriçá, o qual tomou o comando da pequena força da povoação, e, correndo a todos os pontos das fortificações, animava a todos e assim conseguiu repelir os assaltantes com grande perda destes. Já se achava em terra João Ramalho, vivendo maritalmente com uma filha do dito chefe Tibiriçá, quando em São Vicente desembarcou Martim Afonso com sua gente em 1532, para aí fazer, como donatário dessa capitania, seu primeiro estabelecimento e criar à povoação. São incontestáveis os, serviços que, desde então prestou João Ramalho, facilitando por sua influência e prestígio entre os Indígenas, como medianeiro e intérprete, o estabelecimento do domínio português no litoral e posteriormente em serra cima. Foi João Ramalho, por sua aliança com ia filha de Tibiriçá, que foi batizada com o nome de Izabel Dias, o tronco da maior parte da nobreza de São Paulo; com quanto não se possa ler no manuscrito de 16I3 o nome de sua mulher e nem o do cacique de quem era filha, por estar muito apagada essa parte, todavia, conciliando-se a tradição com o que ainda se pode ler do dito manuscrito, conseguimos estabelecer como certo que o da mulher foi Burtira, segundo escreveu Machado de Oliveira, ou Mbcy; como afirmou ter lido em algum documento o Dr. Ricardo Gumbleton, e o do cacique era Tevereçá, chefe da aldeia de