Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume II

NOTA I

(p. 131)

Na extensa carta de 22 de setembro de 1537 em que D. João III nomeara o conde da Castanheira seu embaixador junto de Carlos V, dava o soberano várias instruções acerca do casamento da sua irmã, a infanta Maria, e aludia à questão de Marrocos. "Ité: quando vierdes a lhe dar conta de minhas causas (os negócios portuguses caso o imperador perguntasse por eles) lho dareis muy familiarmnte, sempre porem atrebuyndo ás necessidades a despesa que se faz na India contra o Torquo; porque, como ysto cesase, loguo elas cesarião, per cima das grandes despesas d'armadas contra Franceses, e em soster em oyto lugares de frontaria guerra contra el Rey de Fez, e contra el Rey de Maroquos, que estaa muy poderosos e muy Riquo, e asy no modo portugues de quantos continos eu tenho, por onde me fiquão cada anno por huña via e pela outra em despesa... myl homés de soldo...

Ité: que he muyto pera considerar que se não faça el Rey de Marroquos Rey de Fez, e quão prejudicial sera contra eses seus Reinos e os meus. E ysto somente abastava agora pera me dar muy grande cuidado, e tanbem me fazer muy triste, ver que em tal conjunção, sendo asy cometido Fez, nam poso acodir a iso, por socorrer a India...

Ité: que nisto de Fez e de Maroquos deve ele (o imperador Carlos V) muyto d'ólhar, porque sam cousas pelas quaes,

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