Desse povoamento antigo nada parece haver restado e nem mesmo a estrada de ferro, que lá criou uma estação em fins do século XIX, teve grande influência sobre a vida do lugar.(37) Nota do Autor
O desenvolvimento de Itaquera deve-se, até certo ponto, ao crescimento da Capital paulista, pois foi sentindo a futura expansão da metrópole que a Companhia Comercial, Pastoril e Agrícola adquiriu, em 1919, aos padres carmelitas a Fazenda do Carmo, situada entre os rios Verde e Jacu, propriedade da Província Carmelitana Fluminense desde princípios do século XVIII. Fez-se então, o primeiro loteamento e assim nasceu a atual Vila Carmosina.
O aspecto geral de Itaquera agrada em virtude de seu caráter semirrural. As habitações, modestas em sua maior parte, não se acotovelam umas ao lado das outras, mas se disseminam pela localidade, entremeadas por pequenas culturas e por abundante arvoredo, cuja folhagem dá uma nota particular à monótona paisagem campestre dos arredores.
Tal impressão agradável é diminuída quando se entra em contato com a população e passa-se a conhecer os seus problemas. Sem falar na inexistência de ruas calçadas, um dos elementos que mais prejudicam o lugar é a falta de luz elétrica; daí o uso generalizado das lâmpadas de querosene e a impossibilidade de instalação de indústrias importantes. Outro problema existente é o da água e de esgotos, aliás geral para todos esses subúrbios; a água é obtida em poços, que chegam a ter 18 e 20 metros de profundidade, sendo retirada muitas vezes por meio de bombas acionadas pelo vento, o que acaba por dar à vila uma fisionomia própria, em virtude do elevado número de seus moinhos de vento.