para bordo do "Alagoas", onde encontramos a nossa comitiva bem sobressaltada com a difícil trasladação a tais horas de um navio para outro; e na verdade perigo havia sobretudo para Papai e Mamãe, e para as crianças. A meia-noite partiu da Ilha Grande o "Alagoas", com direção a Europa, passando defronte do Rio de Janeiro no dia 18 às seis e meia da manhã.
Nesse dia, o "Riachuelo" veio ter conosco e até agora nos segue, obrigando-nos, muitas vezes, a parar ou retardar nossa marcha, e fazendo um papel ridículo e tolo: guardar quem eles devem bem saber nada podem empreender agora, pois o resultado seria conflitos e sangue.
O "Riachuelo" acha vir guardando-nos, entretanto posta-se do lado do mar, deixando-nos assim livres de dirigirmo-nos para qualquer província sem que ele nos possa impedir, pois a sua marcha é só de pouco mais de metade da nossa, acrescentando-se ainda que nem se saberia haver sós, pois levam todo o tempo a pedir-nos rumo!
(Tudo isto foi escrito antes do "Riachuelo" largar-nos a 22 de novembro de 1889 e copiado muito mais tarde em Cannes, assim como o que segue escrito em diferentes datas anotadas. Acho mais, no borrão a lápis, uma nota, que, por ser difícil intercalar no que precede, copio-a agora aqui mesmo:
- Papai incomunicável, assim como o ministério sitiado, mandei pedir ao Dantas que me dissesse o que pensava. Veio logo ter comigo, e sem encarregá-lo de missão alguma política, pois nada devia fazer esse respeito, pedi-lhe que visse o que dever-se-ia empreender e nesse intuito saiu de minha casa. Quando penso agora que ele me disse: "Vossa Alteza não receie nada, peço que tenha toda confiança em mim, eu não quero república, eu não admito república!").
De bordo do "Riachuelo" tinha vindo para bordo do "Alagoas" (já aí se achava quando embarcamos) o Tenente Amorim Rangel; este tendo adoecido veio substituí-lo o Tenente Magalhães Castro. Ambos a bordo e vão conosco até Lisboa.
No dia 30 de madrugada chegamos a São Vicente do Cabo Verde e no dia 1 partimos com a nossa bandeira arvorada.
Saúdes boas até o dia 1. Mamãe nesse dia sentiu-se resfriada e no dia 2 ficou no quarto. No dia 2 ao jantar, bebemos a saúde de Papai, ele respondeu as nossas saúdes brindando: À prosperidade do Brasil!
Todos cordialmente tomaram parte no nosso regozijo, e o comandante e gente de bordo mostravam-se especialmente dispostos a nos testemunhar sua simpatia por todos os modos possíveis. O Tenente Magalhães Castro, de farda, conservou-se todo o dia, e veio nos saudar