- Assim nunca podia ser feita, porque o poder é o poder.
- Quanto a ser a expressão da vontade da nação, não. Estou convencida de que se cada um votasse livremente, a maioria por meu Pai seria incontestável. Agora tudo foi feito pelo exército, armada, por conseguinte pela força. Pode-se mesmo dizer tudo foi feito por alguns oficiais.
- Mas ver-se-á isto por meio da constituinte proximamente.
- Não disse o senhor que o poder é o poder?!
O rapazinho aliás, falava respeitosamente e parecia bem-intencionado e comovido da nossa dor.
Com o comandante do "Parnaíba", Palmeira:
- Falava-se das questões militares. Veio a falar-se de suas diferentes fases, do momento em que se quis obrigar o exército a ir pegar os pretos fugidos em São Paulo. Disse em resumo isto: o exército deve obedecer, mas também quem manda deve igualmente lembrar-se que manda a pessoas a quem deve certas considerações.
Falando-se dos acontecimentos que deram lugar a crise, e das acusações que se nos faziam de intervenção, dissemos que nunca nos metíamos nos negócios do Estado, e que até ignorávamos completamente que tivessem embarcado ou devessem embarcar corpos do exército.
Escrevo tudo isto, porque é raro relatar-se exatamente o que se ouve.
Soube em viagem que, no dia 10, embarcara um batalhão, no dia seguinte a noite do baile da Ilha Fiscal, o que dera ocasião a que se dissesse que, enquanto uns se divertiam, gemiam as famílias dos soldados. Soube que muitas poucas pessoas do exército e da armada foram convidadas para o baile. Que o C. de Oliv. mostrara-se áspero em certas ordens como Ministro da Guerra. Que o Chefe de Polícia Basson, em conferência de ministros que precedeu ao baile dissera que os militares preparavam uma grande reunião para essa noite. Na conferência seguinte os colegas, perguntando o que havia, o C. de Oliv. respondeu não ter havido nada de importância. Na noite de 14, às 9 horas, foram (creio que o Basson mesmo) avisar o Ouro Prêto de que o regimento tal se rebelara. O Ouro Prêto começou por não dar grande importância a tal informação, tanto que só a 1 hora da noite, depois de outras informações, é que fora para a Secretaria de Justiça.
A senhora do Rio Apa, no dia 14, à noite, fora a casa de Amandinha. O Dória voltara de Petrópolis muito endefluxado e se achava em cima. Amandinha recebeu a senhora em baixo. Esta lhe disse que as coisas não pareciam boas, que o marido devia vir também a casa dela. Chegado este, só falou com Amandinha com meias palavras e foram-se.