O rei do Brasil: vida de D. João VI

II

A INFANTA DE ESPANHA


Os casamentos em Espanha, depois de D. João V, tornaram-se imperiosa lei na corte portuguesa. Eram convenientes, pela comunhão de fé e sangue que já havia entre as duas dinastias; sobretudo eram prudentes, porque lhes tranquilizavam os Estados, desarmando as prevenções seculares. Não podendo destruir-se mutuamente, sustentavam-se, amparavam-se, serviam, conjuntamente, à Igreja: de um lado Braganças contaminados da lipemania filipina, do outro Bourbons conturbados pelo sentimentalismo das infantas bragantinas. Maria Barbara e D. Fernando, D. José e Mariana Vitória, tinham criado com os seus amores modelares uma lenda amável e uma tradição útil. Aquelas rainhas apaixonadas dos maridos, em cujas mãos delicadas o tecido diplomático se fizera gracioso, pacífico e fútil - haviam impedido várias guerras, imposto tratados conciliantes, atenuado as divergências remotas. Mariana Vitória casara o neto mais velho, D. José, com sua filha Maria Benedita, mais idosa dezesseis anos,

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