História da Guerra Cisplatina

"A história, para que seja a fiel e desapaixonada narrativa dos acontecimentos e a sua crítica severa e imparcial, tem como primeira e essencial obrigação não se deixar nunca dominar e absorver pelo mal entendido empenho de exalçar, quando o não merecem, as virtudes nacionais e doirar com os reflexos fugitivos de uma glória falaz e insubsistente os desastres manifestos. Basta-lhe que ao deplorar os erros se não esqueça jamais do que exige o bem da pátria e tire deles o proveito de recomendar para o futuro a sua emenda e correção. Só neste aspecto salutar pode merecer o nome de mestra da vida, e como subsídio experimental e prático elucidar os povos e os governos na maneira por que lhes cumpre dirigir a sua carreira. É principalmente por este caráter que a história se distingue da crônica, onde os fatos se contorcem e se deformam muitas vezes para que não padeça quebra o amor-próprio e a vanglória nacional.

... empenhou-se estudo escrupuloso em reconstruir os sucessos militares, buscando apenas esclarecer a verdade e conferir aos méritos relevantes o louvor, e às ações repreensíveis a censura."

J. M. LATINO COELHO, História Política e Militar de Portugal, tomo III, págs. XXVI e XXVII).

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