Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume IV

os filhos que nacião não erão reprovados como seriam os outros", e porisso ficou mal impressionado pelos circunstantes, apesar das mostras exteriores que davam de serem bons cristãos. Denunciou mais, que a mulher do inglês Thomas Babington, mercador em Olinda, a cristã-nova de nome Maria de Peralta, em casa de quem ele ensinava o filho a ler e escrever, pediu-lhe certa vez se podia "tornar em lingoagem huns psalmos, e logo elle denunciante presumindo que ella dezia aquillo com tenção judaica, lhe atalhou e a não deixou faltar mais por diante", lembrando-lhe que a inquisição já estava na Bahia, acrescentando Bento Teixeira que o resultado fôra, "lhe tirou o filho da escolla e fallava mal delle"

As denúncias do professor são acervos de perigosas insinuações contra cristãos-novos, além de suspeitíssimas demonstrações de grandes conhecimentos de assuntos hebraicos. É possível que simulasse zelo para prestigiar-se junto da inquisição, como também fosse impelido pela rancorosa animosidade que certos conversos de grande ilustração (e Bento era dos mais instruídos da capitania) votavam aos antigos correligionários. Em todo caso, semelhante encarniçamento, não deixa de nos causar a desagradável impressão que ressentimos quando presenciamos uma traição agravada por delação.

Bento Teixeira poderia alegar em sua defesa que não o animavam tão somente baixos sentimentos, e

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