Por que estaria essa pequena biografia colocada ao lado dos volumes raros do arquiduque Maximiliano d'Áustria, que foi Imperador do México?
O desenrolar desta história dirá a importância que Maximiliano teve na vida tão curta de Maria Amélia.
Traduzi do francês esta biografia, de autor ignorado, para que fosse mais conhecida essa princesa brasileira, única filha do segundo casamento de D. Pedro I com a Imperatriz Dona Amélia de Leuchtenberg.
Achei oportuno, neste ano em que se comemora o sesquicentenário da nossa Independência e quando a notável figura de nosso Imperador Pedro I é realçada e estudada por nossos historiadores, trazer minha modesta contribuição com a biografia de sua filha Maria Amélia, ainda pouco conhecida.
Essa princesa, de rara beleza, como se poderá julgar pelos retratos reproduzidos neste volume, de cultura invulgar para a sua idade e sua época, era, ao mesmo tempo, dotada de grande inteligência, de fina sensibilidade artística, quer para a música, quer para a pintura.
Mas, acima de tudo, o que mais se impõe à nossa admiração é a sua pureza de alma, a delicadeza de seus sentimentos, a elevação de seu caráter, a sua formação moral e religiosa.
A essa jovem, de tão raros dotes físicos e morais, parecia estar reservado um futuro brilhante; uma coroa de rainha devia cingir-lhe a fronte.
Esta biografia deixa apenas o leitor pressentir o romance entre Maria Amélia e Maximiliano; talvez por não ter sido oficializado o noivado, devido à súbita enfermidade que obrigou Maria Amélia a ir buscar, na ilha da Madeira, ares mais puros para seus pulmões.
Tudo foi inútil. Esses dois corações que tão bem se entenderam, parecendo feitos um para o outro, foram separados pela mão implacável do destino. Até à morte, ambos foram fiéis a esse amor que não morreu; porque foi o amor-sentimento,