Uma filha de D.Pedro I, Dona Maria Amélia

Raiou o dia suspirado 17 de outubro aplaudido por salvas de artilharia e festejado por luzido embandeiramento de todas as embarcações de guerra nacionais e estrangeiras ordenadas em arco."

Nas ruas e no largo do Paço aglomerava-se a multidão, dando vivas.

Nas janelas estavam senhoras e senhores em trajes de corte acenando com lenços brancos. Passou o cortejo sob dois arcos de triunfo, num dos quais moças com roupas festivas recitaram poesias, e no segundo ofereceram coroas de flores.

No adro da Igreja já se encontravam o bispo e seus eclesiásticos para a recepção.

A Igreja estava ricamente adornada com a exposição de seu tesouro de ouro e prata. A guarda dos arqueiros estava formada ostentando suas lanças. Só o Corpo Diplomático e os que faziam parte do cortejo tinham lugar marcado na Igreja.

Foi curta a cerimônia do casamento, durante a qual o cônego Januário da Cunha Barbosa pronunciou um belo discurso, saudando os noivos. O Te Deum, porém, cuja música havia sido composta pelo Imperador, foi bem mais longo.

O jovem casal ajoelhou-se sobre almofadas de veludo vermelho.

Mantinha-se recolhida a Imperatriz, porém era visível o aborrecimento do Imperador pela demora da cerimônia.

Seus frequentes movimentos, nem sempre dos mais convenientes, demonstravam a sua impaciência.

Da Igreja, a família imperial, acompanhada da corte, dirigiu-se a um antigo claustro, anteriormente ligado ao Paço, e chegou à sala do trono.

O jovem par dirigiu-se a um dossel, bordado a ouro, onde se realizou a cerimônia do beija-mão, depois da qual seguiram os convidados para o salão de jantar, onde lhes foi servida, em pequenas mesas, somente a sopa. Os outros pratos, em avultado

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