desgostoso com a depravação de todas as classes deste pequeno povoado, que ele pretendia deixar o mais depressa possível. Quando vinha visitar-me à noite, costumava bater na porta do modo que tínhamos combinado, pois era preciso acautelar-me contra a entrada de vizinhos bêbedos, e então passávamos as longas noites muito agradavelmente, trabalhando e conversando. Suas maneiras eram corteses, e sua conversação muito digna de ser escutada, pela agudeza e bom senso das observações. Conheci mestre Chico em casa de uma negra velha do Pará, tia Rufina, que costumava tomar conta de meus bens quando eu estava ausente em viagem, e isso me proporciona uma oportunidade de dar alguns esclarecimentos mais sobre as excelentes qualidades dos negros livres num país onde não estão inteiramente condenados a uma posição degradante pelo orgulho e aversão da raça branca. Esta velha nascera escrava, mas como muitas outras das grandes cidades do Brasil, tivera permissão de negociar por sua própria conta, no mercado, pagando uma soma certa ao seu senhor diariamente, e guardando para si o excesso dos ganhos. Em poucos anos economizara o bastante para comprar a sua liberdade e a do filho. Feito isto, a velha continuou a lutar até que juntou o bastante para comprar a casa em que morava, ótima propriedade em uma das ruas principais. Quando voltei ao Pará, depois de sete anos de ausência, vi que continuava a prosperar, inteiramente por seu esforço próprio, pois era viúva, e de seu filho, que continuava a trabalhar regularmente de ferreiro e estava agora construindo certo número de pequenas casas em um terreno baldio, junto de sua casa. Encontrei neles e em muitos outros negros livres, a gente mais digna de confiança, e admirei a constância de suas amizades e a gentileza e jovialidade de sue maneiras entre si. Demonstraram