O naturalista no Rio Amazonas - T2

margens e interceptam e assassinam todos os viajantes, especialmente os brancos.

Quatro meses antes de minha chegada a S. Paulo, dois moços mestiços (quase brancos) da aldeia foram negociar no Javari, porque os majeronas há um ou dois anos tinham dado mostras de cessar as hostilidades. Não tinham ido longe, quando uma embarcação voltou com a notícia que os dois rapazes tinham sido mortos a flechadas, assados e comidos pelos selvagens. José Patrício, em sua atividade costumeira nos casos de ordem e respeito à lei, mandou um bando de homens armados da Guarda Nacional fazer indagações no lugar e, se o assassínio parecesse ter sido sem provocação, retaliasse. Quando chegaram à aldeia da horda que comera os dois homens, a mesma estava deserta, encontrando-se apenas uma mocinha que tinha ido aos matos quando o resto do povo fugira, e a quem os guardas trouxeram para S. Paulo. Colheram dela e de outros índios do Javari que os rapazes tinham chamado a desgraça sobre si pela conduta irregular para com as mulheres majeronas. A moça, chegada a S. Paulo, ficou aos cuidados do senhor José Patrício, foi batizada com o nome de Maria e aprendeu o português. Estive muitas vezes em contato com ela, pois meu amigo a mandava diariamente a minha casa encher as jarras de água, fazer o fogo e outros pequenos serviços. Também conquistei a sua simpatia tirando-lhe um berne das costas(577), Nota do Autor curando-a dessa maneira

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