É mais ou menos assim tudo o que se empreende neste país. Os brasileiros aprendem com facilidade; sabem arquitetar planos, mas entregam-se, demais, ao devaneio, não medindo obstáculos nem calculando os empreendimentos de acordo com os seus recursos.
Os defeitos da sua administração acumulam os obstáculos fictícios aos reais. O espírito de inveja e intriga, mais veemente do que em qualquer outro lugar, interpõe-se a tudo quanto se faz, tudo perturba, favorece o tratante, e desencoraja o homem honesto. Começa-se qualquer empreendimento útil, para logo ser interrompido e abandonado. Às vezes, um serviço ordenado pelo governo e que se poderia acabar em pouco tempo, e com despesas mínimas, jamais termina, embora nele se trabalhe sempre. Esta obra como que quase se torna o apanágio de um homem de posição. De que viveria ele se lhe tomassem tal patrimônio?
Seja como for, é difícil encontrar-se caminho mais pitoresco do que o que hoje percorri.
Alcançada certa altura, descortina-se toda a região cortada nos dias precedentes. Vê-se a planície salpicada de colinas, na maioria, cobertas de vegetação, e aumentando em elevação à medida que se aproximam da grande cadeia perto da qual parecem anões aos pés de um gigante.
O caminho desenha-se, entre as montanhas, descrevendo sinuosidades que se distinguem pelas