Clima e saúde - Introdução biogeográfica à civilização brasileira

1877-1779 foi terrível, em todo o Nordeste do Brasil. Em 1888-1889, 1898; 1904, 1907, 1915... o mal se repetiu, uma vez mais, com todo o seu clamor desgraçado. Foi então o êxodo para o litoral, quando, perdida toda a esperança, comida a última raiz venenosa, ou semente brava... e, com a retirada e a fome, o contágio. É indescritível o martírio desse povo, amaldiçoado pelo céu vingador, abandonado muitas vezes por seus irmãos distraídos... Bastam duas palavras, para uma ideia do que é isto. A população de Fortaleza, no Ceará, em 1878, somados os moradores com os retirantes, atingia 124 mil almas. "Pois bem, diz Rodolfo Teófilo, de janeiro a dezembro, daquele ano, morreram de varíola, febres, disenteria, beribéri e outras doenças 57.780 pessoas". Esses retirantes, na seca de 1915 eram 35 mil, encurralados em um grande cercado, às portas da cidade (Fortaleza ainda). "Viviam, continua Ildefonso Albano, debaixo de cajueiros sem folhas, expostos ao sol e à chuva, em completa promiscuidade; recebiam diariamente uma miserável ração de comida, e satisfaziam as suas necessidades, in loco. Nesse ambiente de imundície irrompeu uma terrível epidemia de paratifo, fazendo inúmeras vítimas entre os retirantes e os habitantes de Fortaleza"... Seria preciso ajuntar mais?

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