Clima e saúde - Introdução biogeográfica à civilização brasileira

Weber nenhuma analogia pôde apurar, entre as manchas solares e as nossas quedas d'água...

Os pedantes conceituosos tiram ilações do Lunário Perpétuo, da precocidade ou atraso da Páscoa, para a secura do ano e a ameaça do flagelo. O povo, mais modesto, tira outras inferências. As formigas procuram a baixada, o leito dos riachos? O ano próximo será seco... Também as abelhas de ferrão desapareceram... Não há dúvida... Entretanto, se os olhos d'água aumentam... se o juazeiro, a oiticica, a carnaubeira, brotam cedo... se o peixe está ovado no fim do ano... bom sinal! Euclides da Cunha referiu-se às pedrinhas de sal, higrômetro rudimentar... conservam-se secas, ou deliquescem, com menos ou mais umidade, sinal de estiagem ou de chuva... No Nordeste faz-se, de preferência, ao fim do ano, no dia 13 de dezembro, a experiência de Santa Luzia, e, então, as pedrinhas de sal servirão para representar os meses próximos... o sereno da noite, antes de erguer-se o sol, dirá o que for: impassíveis, a desgraça; derretidas, a esperança...

Se a seca se declara, crestadas as pastagens não haverá mais ramagens para o gado, só o juazeiro tem sombra e verdura e os animais se acolhem a ela, na esperança de algum ramo abatido. A oiticica frondosa recusa-se a ajudar,

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