Os preparativos de viagem tomaram-me tempo considerável.(1) Nota do Autor É preciso ter residido no Rio de Janeiro por essa época para se fazer uma ideia da lentidão com que lá trabalham os artífices; a menor bagatela tornava-se um negócio interminável. Venci, afinal, todos os obstáculos, e, a 26 de janeiro de 1819, embarquei-me na baía do Rio de Janeiro, com destino a Porto da Estrela, pequena povoação onde vem terminar a estrada de Minas Gerais, província da qual devia percorrer a parte ocidental antes de chegar a Goiás.
Já se viu, pelas minhas duas primeiras relações(2) Nota do Autor, que no lugar chamado Encruzilhada, este caminho, vindo da capital de Minas (Ouro Preto), divide-se em dois ramais, um que se chama o caminho da terra, que conduz diretamente ao Rio de Janeiro, e outro, que não se estende além de Porto da Estrela, onde é necessário embarcar para chegar à capital do Brasil. Não conhecia ainda esta última ramificação; foi a que me propus seguir para entrar na província de Minas.
Após uma rápida navegação cheguei à embocadura do Rio de Inhomirim ou da Estrela, um dos pequenos rios, tão numerosos, que se lançam na baía do Rio de Janeiro(3) Nota do Autor Sabe-se que uma cadeia de montanhas se