ovos, batatas e bananas. Houve reação natural, da parte dos filhos do Reitor. Estabeleceram-se, então, balbúrdia e confusão indescritíveis, em meio das quais ouviram-se detonações de tiros, e, durante três longas horas, foi o edifício alvo de cenas vandálicas, permanecendo, em seu interior, prisioneiros da desordem, os membros do Conselho Universitário, composto de velhos professores, encanecidos no serviço do magistério.
Para avaliar-se a extensão do conflito, e para vergonha eterna de seus promotores, transcrevem-se, aqui, os pontos principais do auto de exame pericial, feito na Faculdade de Direito, e assinado pelos peritos nomeados Francisco Richard e Alvimar Carneiro de Rezende, engenheiros civis, e as testemunhas Luiz de Araujo e Angelo Dagosto:
"Quesito 3.º Apresenta o edifício dano em sua parte interna, externa e adjacente?
Resposta: Sim.
Quesito 4.º Quais, de que natureza e de que modo foram produzidos?
Resposta: Os danos são: paredes danificadas, todas as vidraças quebradas, janelas desmanteladas, alguns soalhos danificados, quadros estragados, móveis e janelas queimadas, gramado e plantas estragados. Foram produzidos por fogo e por seiscentos a setecentos projéteis seguintes: ovos, bananas, cacos de telhas, pedras de calçamento do passeio e da rua, seixos rolados, paralelepípedos, balas de revólver, estacas de roseira e pedaços de bancos.
Quesito 6.º Correram risco de lesões corporais as pessoas que se achavam no interior do prédio depredado,