Natureza, doenças, medicina e remédios dos índios brasileiros (1844)

médicas reinantes naquela época. Do primeiro capítulo até ao que trata das afecções catarrais foi a tradução feita por um anônimo, para uso do dr. Ignacio José Malta e por este anotada; encarregamo-nos, com satisfação, de rever esses capítulos e de traduzir todos os restantes, acrescentando-lhes algumas anotações. São bem curiosas as notas do dr. Ignacio José Malta, um dos nacionalizadores da ciência brasileira e membro da Sociedade Palestra Científica. A ele se referiu o provecto naturalista Arthur Neiva em seu excelente — Esboço Histórico sobre a Botânica e a Zoologia no Brasil — comemorativo do centenário da Independência. Desta obra raríssima de von Martius só conhecemos três exemplares: um pertencente ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, outro à Biblioteca Nacional, e o terceiro à rica e seleta brasiliana do excelente amigo, sr. J. F. de Almeida Prado, a quem agradecemos a fidalguia de no-la ter franqueado, abrindo-a de par em par aos nossos estudos.

A denominação de brasis foi dada aos nossos índios pelos Padres da Companhia de Jesus. Nos primeiros capítulos foi este o qualificativo aplicado aos brasilíncolas, pelo anônimo que os traduziu e, bem assim, pelo dr. Ignacio José Malta, em suas anotações tão eruditas, quão ricas de brasilidade. Obras sobre religião, arte, poesia nas lendas e mitos dos índios brasileiros, estado ou concepção do direito — (Von dem Rechtszustande unter den Ureiwohnern Brasiliens. von Martius) já foram editados; pela raridade, porém, dificilmente estão ao alcance do público.

Outras muitas obras ainda não foram traduzidas, entre as quais: — a de Theodor Koch-Grünberg — Vom Roroima zum Orinoco, G. Pison — De India utriusque se naturali el médica, liber quatuordecim. Amstalaedami a de Carl von Martius — Beträige zur Ethnographie und

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