Daqui não guardo com intensidade senão a lembrança dum profundo silêncio que, às três horas da tarde, cai pesadamente dum céu de borrasca sobre a terra adormentada; e também, de alguns bois melancólicos, pastando na praça pública, entre as quatro mangueiras e as duas palmeiras reais.
Isto tem algo de bíblico; assim se passará, sem dúvida, também no dia do Juízo Final: uma obscuridade quase completa, tombando em pleno dia dum céu bizarro.
Ah!... se nossos escritores e pintores das novas escolas soubessem o que perdem em não conhecer a Amazônia!...
Aplainadas as últimas dificuldades de organização da viagem, pelo sr. José Joaquim de Morais Sarmento, deputado da região no Congresso estadual, fica assentado que atravessaremos hoje, 19 de agosto, para Miritituba, a fim de aguardar, na residência do sr. Antonico Bentes Paranatinga, que tudo esteja pronto para que este nos conduza ao Chacorão, pouco abaixo da confluência do alto Tapajós com o São Manoel, ou, como fora chamado em várias Cartas Geográficas, São João da Barra.
No Chacorão resolverei, conforme as circunstâncias, o prosseguimento da minha empreitada.