Viagem ao Tapajós

metros de diâmetro, todo o Tapajós cai por quatro brechas, que são outras tantas formidáveis cachoeiras: o rápido da Praia, quase em seco no verão, mas de grande impetuosidade nas águas grandes; o canal Novo, que se escolhe de ordinário, durante a maior parte do ano; o canal do Oeste, que ninguém experimentou até o presente; e o do Norte, que tem uma pancada de uns três metros, quase a pique.

Grande número de montículos de cinquenta metros de altitude relativa, no máximo, espalham-se pelas margens do Apuí. Da pequena praia de areia donde parte o atalho de baldeação da carga o círculo do Apuí parece um lago entre colinas.

Toda a região é estranha. Enormes rochedos, alguns bem a prumo, levantam-se do leito da bacia, não desaparecendo nem nas enchentes. De todos os lados, ao norte, ao sul, a leste, a oeste, quedas, saltos, cachoeiras arrogantes.

Para cima, as demais cachoeiras do baixo rio são muito menos importantes. Uruá, Curimatá, Tamanduá, Buburé, não vão além de rápidos, que não intimidam quem tiver bom piloto e boa canoa. Só Baburé, no inverno, infunde certo temor.

Na altura deste último, por trás da ilha de Abitiból, surge o igarapé Taborari, não navegável, e que não seria digno de menção se aí não houvesse vários seringais em exploração.

A 5 de setembro detemo-nos na casa do piloto Antonio Bahia dos Santos, por cima da cachoeira do Buburé, para reparar nossa canoa, que se avariou na subida do Tamanduá.

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