Castro Alves - o poeta e o poema

num arrabalde do Recife e assim o descreve nesses seus 14 anos: não se podia imaginar "uma criatura mais simpática e uma figura mais insinuante". "Bastante alto para a sua idade", "tinha a estatura de um homem". "Parecia uma palmeira do Oriente pela sua flexibilidade". "Uma leve inclinação da espinha fazia supor uma predisposição para as moléstias do peito". "A cabeça parecia pesar-lhe, tanto que caía sobre o peito fraco e deprimido; mas a beleza dos olhos, a dourada palidez das faces, o negrume intenso dos cabelos e, sobretudo, o sorriso angélico daquela fisionomia, corrigia talvez a excessiva magreza daquele corpo". "Tinha os cabelos muito pretos e corridos, mas havia uma madeixa rebelde que sempre lhe caía sobre a testa: essa porém era anelada, não se parecia com o resto da sua cabeleira, parecia plantada ali de propósito". "A boca era um pouco grande, mas ornada de belos dentes". "Não era com certeza um belo modelo de estatuária, mas é impossível encontrar-se um conjunto maior de graça e de simpatia". "Havia um não sei quê de insinuante e de atrativo naquela criatura que era impossível furtar-se à sua influência". "Havia apenas um defeito naquela criatura, era o orgulho". "Era orgulhoso já naquele tempo; não sei de que ele tinha orgulho, mas sei que ele já o tinha". Conta uma predileção pronunciada pelas gravatas de ares muito vivas e "um cuidado imenso da beleza das mãos". "A alma

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