Castro Alves - o poeta e o poema

Se em 63 tinha pouco que fazer — o estudo da maldita geometria — por isso aborrecia-se e queixava-se: \"acho-me bastante afetado do peito, tenho sofrido muito\". (1)Nota do Autor Contudo logrou distrair-se, embora com a sua mágoa secreta, como mais tarde diria

\"Sou o cipreste qu\'inda mesmo florido
Sombra de morte no ramal encerra\"

A vida exterior, a convivência, os teatros, desenhos e poesia, ocuparam-no. Num jornal acadêmico \"A Primavera\", de 17 de maio de 63, número inaugural, publicou os seus primeiros versos abolicionistas, A canção do africano. Deste ano conservaram-se outros: Pesadelo, Meu segredo, Cansaço, nos quais já aparece Castro Alves. Nesse ano ainda conheceria, talvez apenas de aplaudi-la no Teatro de Santa Isabel, talvez de desejá-la desde esse tempo, a atriz portuguesa Eugênia Câmara, que despertava então ingênuos e fervorosos entusiasmos, e tão decisiva influência teria na sua vida.

Matriculou-se, finalmente, em 64, mas não foi feliz na faculdade porque, tendo vindo à Bahia, deu com isso oito ou nove faltas, que não logrou ver justificadas, culpa talvez de sua índole rebelde e insubmissa, perdendo portanto o ano. As apreensões de saúde seriam cruéis, contrapostas às esperanças

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