a Folha da Tarde, do Rio, é bem mais violenta que a descrita pelo ministro da Justiça e o filho do marechal.
Dirigindo-se ao ministro demissionário disse o presidente:
— Alguma vez exigi do marechal a declaração de não ser candidato?
— Não, senhor.
— Declarei, porventura, que tinha candidato ou pedi-lhe apoio para ele, se o tinha?
— Não, senhor. O marechal embatucou. O Dr. Afonso Pena disse-lhe, então:
— O senhor pode ser candidato: está no seu direito. Quanto a mim saberei cumprir o meu dever. Sei que me podem agredir. Sei que me poderão depor; podem até assassinar-me; mas eu saberei cumprir o meu dever até o fim, custe o que custar.
E calou-se o honesto varão.
Seguiu-se um silêncio de morte.
O Marechal Hermes, trêmulo, confuso, não sabia o que dizer ou fazer, estava petrificado.
O Dr. Tavares de Lira, que assistira a toda a cena, resolveu intervir, para pôr termo à situação que já estava por demais embaraçosa. O presidente, que já havia dito tudo quanto se lhe oferecia, calara-se. Restava ao marechal retirar-se, pois já havia pedido sua exoneração.
***
Ao tomar o seu automóvel, foi S. Ex.ª interpelado pelos repórteres do palácio, que ainda hão de estar lembrados da extrema agitação em que estava o marechal, que lhes disse apenas: — Perguntem ao Tavares de Lira.
Esta é que é a verdade do que ocorreu no palácio, no dia 15 de maio. E se, porventura, alguma afirmação menos exata se encontrar na narrativa, que acabamos de fazer, que a contestem os membros da família do saudoso Dr. Afonso Pena ou os ministros que com ele serviram."
É esta declaração final que valoriza a narrativa, já que a narrativa da Folha da Tarde foi transcrita no Correio do Dia, de Belo Horizonte, de 30 de julho, um de cujos diretores era o Dr. Afonso Pena Júnior.
Desmantelada a candidatura Campista, consolidou-se a campanha pela candidatura Hermes.
A carta de Venceslau Brás, lida a 15 de maio, causou estupefação. Até aquele momento ele era o plenipotenciário da política de Minas. Em nome dela entrara em contato com São Paulo e Rio