mesmas cansadas se repitam. Parece ter havido muitos deslocamentos das camadas, sendo comuns as falhas. Em alguns casos, as camadas são muito dobradas, embora, como já foi dito acima, a inclinação geral seja notavelmente uniforme. São numerosos os veios de quartzo e granito, e não são raros os diques de trape. Em Ipiranga existe uma delgada camada de calcário cristalino, exposta nas proximidades da linha férrea, donde se extrai material para ser queimado na produção do cal.
As Serras dos órgãos e da Estrela, tantas vezes descritas, são uma cadeia maciça que se encontra ao norte da Baía do Rio, e pertence à Serra do Mar. É um amontoado magnífico de montanhas, que se estende, para leste, numa série de pitorescas agulhas. Nunca visitei pessoalmente os órgãos, e transcrevo as observações do Professor Agassiz sobre a estrutura dessa cadeia de montanhas. Escreve ele:
Pissis descreveu os órgãos de maneira muito parecida com Agassiz. O mesmo autor chama a atenção para a grande ingremidade da vertente meridional da Serra dos Órgãos, e refere-se aos pequenos fios d'água que se precipitam do alto dela e que se podem avistar, como dou meu testemunho, da cidade do Rio de Janeiro, — a uma distância de mais de 30 milhas, — aparecendo como linhas prateadas que se desenham nos flancos azuis da Serra. As agulhas dos órgãos costumam ser representadas como vistas de sua face mais delgada, o que lhes dá uma aparência de torreões ou chaminés. O Professor Agassiz publicou uma gravura em que se vê representado dessa forma um dos mais notáveis desses picos. Por gentileza sua, posso dar aqui uma vista lateral do mesmo pico, tirada de uma fotografia que lhe pertence. As vistas dos órgãos nas Viagens de Gardner, e na maioria das obras sobre o Brasil, são muito defeituosas.