selecionado da trituração mecânica do gnaisse decomposto, misturado às argilas acima descritas. Todos os morretes estão cobertos do mesmo material. Em Porto das Caixas, galgamos um íngreme talude, com cerca de 30 pés, mais ou menos (pois não medi a altura exata), e atingimos uma planície de larga extensão. Os montes de terra deixados pelos cortes da estrada de ferro mostram que é composta de depósitos das mesmas argilas arenosas coloridas, que vimos ocupando o centro dos outeiros que há pouco descrevemos, e recobertas por uma delgada camada de argila vermelha informe, separada dos depósitos subjacentes por um lençol de seixos quartzosos. Utilizando-nos do trem, percorremos essa planície numa extensão de dez milhas na direção oeste(11). Nota do Autor Parte da planície é seca e raramente coberta de matas, havendo porém grandes áreas ocupadas por pântanos, em que cresce uma vegetação típica mais ou menos luxuriante, — cenário melancólico em que se veem árvores enfezadas carregadas de orquídeas, fetos e outras parasitas, e pesadamente revestidas por uma espécie de Tillandsia. Vamos nos aproximando lentamente de um contraforte da Serra do Morro Queimado, e, beirando a base ocidental dos morros, vamos subindo gradativamente, passando na planície para o vale gnáissico do rio Macacu, e, no atual término da estrada de ferro em Cachoeiras, achamo-nos num estreito vale, entre morros de gnaisse, no sopé da Serra do Morro Queimado, prolongamento oriental da Serra dos Órgãos. O gnaisse aí apresenta os mesmos característicos gerais do da cidade do Rio de Janeiro. Uma observação feita nas margens de um rio, próximo da residência do Sr. Williams, superintendente da estrada de ferro, deu o mergulho N. 70° E. A inclinação era vertical. As granadas eram abundantes.