ENSAIO PRELIMINAR
O Brasil, especialmente para o viajante estrangeiro é uma terra de cousas singulares. Logo ao desembarcarmos em Pernambuco as perguntas que nos fazem são estas: — É comerciante? engenheiro? naturalista? doutor? — Não! Então deve ser dentista!
E — desde que não se trate de um Príncipe Real ou de um milionário em cuja fronte se leia claramente a sua qualidade — penso que fará bem em pertencer, ou passar a pertencer a uma das cinco castas admitidas, especialmente se se destina ao extremo oeste da Terra do Cruzeiro do Sul.
Os autores brasileiros, tal como os estrangeiros, têm sido em geral especialistas, visando cada qual uma determinada finalidade. Passada a fase dos cronistas jesuítas e franciscanos, os antigos viajantes, que precederam os cientistas encarregados da demarcação das fronteiras, eram pura e simplesmente exploradores e, quando escreveram, não deixaram senão roteiros. Entre os portugueses, podem ser mencionados: o célebre naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, enviado nos anos de 1785-1786 em missão científica ao Rio Amazonas(1) Nota do Tradutor; o intrépido e ativo paulista Dr. de Lacerda(2) Nota do Tradutor