CAPÍTULO I
A PARTIDA
CERTO dia, em 1908, ao findar meu mandato presidencial, o padre Zahm, sacerdote de minhas relações, veio procurar-me.
Fôramos camaradas por algum tempo; éramos, ambos, admiradores de Dante e gostávamos de história e ciências. Eu costumava recomendar aos teólogos o seu livro Evolução e Dogma.
Natural de Ohio, aprendera as primeiras letras à velha maneira americana, numa pequena escola de madeira, onde, por sinal, era também aluno Januarius Aloysius MacGahan, mais tarde famoso correspondente de guerra e amigo de Skobeloff. O padre Zahm me contou que, já naquele tempo, MacGahan acrescentava à sua extremada intrepidez uma cavalheiresca simpatia pelos fracos: era sempre o defensor de qualquer menino maltratado por outro mais forte. Mais tarde o padre Zahm frequentou a Universidade de Notre Dame, em Indiana, juntamente com Maurício Egan, que eu nomeei para ministro na Dinamarca, quando ocupei a presidência.
Por ocasião de sua visita, o padre Zahm acabava de regressar de uma viagem pelos Andes, havendo descido em seguida o Amazonas, e viera propor-me que, terminado o período presidencial, fôssemos juntos subir o Paraguai, atingindo os sertões da América do Sul. Naquela ocasião meu desejo era ir à Africa; e assim o assunto ficou de lado. Mas de vez em quando voltávamos
[link=39142]Mapa delineando a viagem do coronel Roosevelt[link]
[link=39143]Mapa: itinerário da expedição Roosevelt - Rondon[link]