Através do sertão do Brasil

absoluta inconsideração; e mesmo esses indícios foram por ele muitas vezes mal interpretados ou compreendidos.

Sua tese favorita consistia em afirmar que a origem da vida dos mamíferos e do próprio homem foi no extremo austral da América do Sul e, incidentemente, a crença de que as estratificações portadoras de fósseis mamíferos da América do Sul são muito mais antigas do que as portadoras de restos idênticos em outras paragens; de que na América do Sul existiram várias espécies e gêneros de homens, no período terciário, alguns tão adiantados quanto os selvagens atuais que mais o são; que existiram várias pontes telúricas entre a América do Sul e outros continentes austrais, incluída a África; e de que os tipos ancestrais dos mamíferos de hoje, e do próprio homem, passaram por uma dessas pontes para o antigo continente, dali havendo seus remotos descendentes regressado ao Novo Mundo após largo período de tempo.

Depois de haver procedido a valiosas investigações nos terrenos fossilíferos da Argentina, Ameghino formulou algumas sugestões excelentes, de caráter geral, como aquela de os símios pitecoides, como os cinocéfalos não pertencerem à linhagem ancestral do homem, representando, porém, uma linha divergente daquela, em marcha regressiva da humanização para a bestialidade. No entanto, ele não comprova qualquer de suas grandes teses, e todos os elementos probatórios que possuímos depõem contra elas. No Museu de La Plata verifiquei que as autoridades na matéria eram praticamente unânimes em considerar os restos do homem terciário e do proto-homem de Ameghino, como pertencendo aos símios terciários americanos, ou a índios provenientes de estratificações muito posteriores ao terciário. As extraordinárias descobertas devidas ao eminente cientista e homem público que é o dr. Moreno, dos restos da extinta fauna gigante da América do Sul, do milodonte, de um ungulado gigante, de um

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