eu supunha existir em conexão com a terra firme, — aparecia sobre essas terras estivais. Soprava a mais balsâmica das brisas e as palmeiras sobre os morros adjacentes sacudiam-se graciosamente por sobre um mundo de vegetação — tão novo para mim — que brilhava à luz quente do sol. Foi no meio desse cenário que o dia, não sem as glórias do crepúsculo, caiu. E o sol da manhã seguinte brilhou resplandecentemente, as altaneiras filas de montanhas próximas à entrada do porto ostentando-se num conjunto ao mesmo tempo abrupto, arrojado e cheio de beleza.
Entrada da Baía.
A primeira vez que alguém entra na Baía do Rio de Janeiro marca uma época na sua vida:
"uma hora
donde pode datar para o futuro, eternamente"
Até o mais desanimado dos observadores, dessa data em diante, passa a prezar melhor a multíplice beleza e majestade das obras do Criador. Vi marinheiros russos dos mais rudes e ignorantes, um aventureiro australiano imoral, incapaz de qualquer reflexão, juntamente com europeus refinados e cultos, ficarem mudos, estáticos, no passadiço, acordes na admiração da colossal avenida de montanhas e ilhas cobertas de palmeiras que, como as pilastras de granito na frente do templo de Luxor, formam a digna colunata para o pórtico da mais bela baía do mundo.
De ambos os lados da estreita entrada, tanto quanto a vista pode alcançar, estendem-se as montanhas, cujos recortes pontudos e fantásticos recordam as glórias das terras alpinas. Na nossa esquerda, o Pão de Açúcar se ergue como sentinela gigante da metrópole brasileira. Os cumes arredondados e verdes dos Três Irmãos(13) Nota do Tradutor formam um