Memórias de um magistrado do império

Pelo Natal voltei com Isabelinha ao Rio das Pedras pela Estrada de Ferro do Norte e nunca mais embarquei. A 26 estava na Fazenda e na noite de 27 para 28 acordei pelas duas horas da madrugada com angústias, que nunca tivera e sofri o primeiro ataque dos que denominei - dos caminhos de ferro - porque tudo parecia voar em turbilhão diante de mim. Pensei de morrer! Supondo-se ser mal de estômago, deram-me chá de maséla, que lancei fora. A tonteira começou a apresentar-se de maneira nova, e continuou por muito tempo a apresentar-se assim.

No 1.° de janeiro de 1880 depois do jantar, e estando na rede de palha do Pará, do Gabinete, sofri segundo ataque de - caminho de ferro - dificilmente tomei o quarto e a cama. Fizeram vir o Rodrigo(36) Nota do Leitor de Campinas, que chegou à noite, quando eu já estava livre do ataque, e lá dormiu; receitou-me água de Friedrichshall. Enganou-se e por agora já todos os médicos conhecem a moléstia que nenhum deles descobrira nem conhecera desde 1869. Estes ataques duravam menos de uma hora, acabavam por suor e sono profundo e passado isso eu ficava bom, montava a cavalo etc.

Viemos pela Estrada de Ferro do Norte a 28 desse mesmo abril de 1880 ou a 29 desse.

Não houve baile no dia 1.° de julho de 1880, e vieram ao jantar diversos amigos e senhoras. Mas a 11 de outubro, aniversário do casamento de Luiza, tivemos um lindo e concorrido baile, que acabou dia claro. Tivemos 80 senhoras, vieram 13 senhoras da família Bulhões, inclusive Luiza e D. Josefina, a Baronesa

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