Em alguns casos as funções de relação parece conservarem-se quase inalteradas no começo. O paciente pode andar pelas ruas e nada chama a atenção sobre o seu caso, a não ser, talvez, uma expressão fora do comum da sua fisionomia. Examinando-se-lhe o pulso, este apresentava-se extremamente fraco, se não totalmente ausente. Seguiam-se os vômitos e a morte rapidamente. Esses casos eram denominados "itinerantes" (walking cases).
Os modos de tratamento são muitos e os mais diversos, às vezes sem a menor aplicação ao caso.
(Como o tratamento da febre amarela nos Estados Unidos vem tratado em obras ao alcance de todos, julgou-se melhor não referi-lo nesta obra, e somente dar a público o processo brasileiro descrito pelo Dr. Egbert como o empregado por um dos mais conceituados médicos do Império. — J. C. F.).
A prevenção contra a doença é naturalmente mais importante do que o seu próprio tratamento. As pessoas que não podem abandonar os lugares dominados pela febre amarela devem escolher a sua moradia nos pontos mais altos e saudáveis; devem dormir nos cômodos mais altos da casa; devem evitar o sereno da noite; abster-se de exercícios fatigantes; expor-se a mudanças de temperatura; fazer dieta nutritiva e sadia, porém não excitante e, quando obrigado a penetrar em ambiente conhecido como infeccionado, cuidar de não o fazer com o estômago vazio ou o corpo enfraquecido por transpiração ou fadiga.
De acordo com as maiores autoridades médicas dos Estados Unidos, os cuidados para evitar a doença tais como dieta rigorosa, sangria, purgação ou uso de mercúrio, são inúteis, se não prejudiciais; enfraquecem o organismo, e quanto mais fraco menos este resiste à entrada do veneno, ou à sua influência depois de absorvido.
O seguinte modo de tratamento é o recomendado e seguido pelo Dr. Paula Cândido, do Rio de Janeiro, e tem-se mostrado em suas mãos grandemente eficiente.
"A primeira coisa a fazer é limpar o canal digestivo. Óleo de rícino, em doses de 2,4 ou mais onças, deve ser administrado sem tardança, seja qual for o estado do doente. Se ele obstinadamente rejeita esse medicamento, empregar citrato de magnésia ou sais neutros em dose suficiente para produzir oito evacuações. Esse efeito deve ser mantido durante os dias subsequentes, porém com crescente moderação. Nenhuma matéria estranha nem secreções intestinais devem ser deixadas ficar no canal digestivo, pois tornam-se focos de substâncias venenosas. O torpor dos intestinos leva a tentar outros recursos além dos purgativos: torna-se necessário administrar clisteres, fazendo eu uso da seguinte combinação: