O Brasil e os brasileiros: esboço histórico e descritivo v.2

deve ter sido projetada com a convicção do valor econômico da ciência. Estamos certos de que os seus resultados indiretos serão de grande importância para o Brasil. Uma das maiores mentalidades do mundo defrontará uma região quase desconhecida. O seu objetivo, sabemos, é estender o domínio da inteligência e conquistar as forças da natureza, tornando-as subjugadas às necessidades do homem; é, despedindo-nos pelo prazo de alguns meses do Professor Agassiz e seus colaboradores, apenas podemos-lhes dar as nossas bençãos, na esperança de que em poucos meses ele esteja de novo entre nós, rico dos tesouros recolhidos no Amazonas.

Estamos também autorizados a declarar que o sr. Capanema, cuja capacidade como geólogo é bastante conhecida para dispensar comentários, viu também a coleção de fósseis do sr. Plant, feita nas minas de carvão de Candiota, tendo chegado às mesmas conclusões do Professor Agassiz relativamente às camadas de carvão pertencentes ao período carbonífero.

(Julgamos de tal interesse para a ciência e para a indústria a descoberta do carvão no Rio Grande do Sul, que solicitamos do sr. Plant que nos desse informações completas sobre o assunto. Em data de 24 de julho de 1865, enviou-me as seguintes linhas, que formam a parte final do Apêndice H. — J. C. F.).

JAZIDAS DE CARVÃO DO RIO JAGUARÃO, E SEUS TRIBUTÁRIOS RIOS CANDIOTA E JAGUARÃO-CHICO NA PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO SUL

A bacia carbonífera do Rio Jaguarão está situada na parte meridional da província do Rio Grande do Sul, entre os graus 31 e 32 de latitude Sul, e 324 e 325 (meridiano francês) de longitude, no vale do rio Jaguarão e de seus tributários o Candiota e o Jaguarão-Chico. Cobre uma área de cerca de 50 milhas por 30, sendo o seu maior diâmetro na direção norte-sul. As camadas de carvão, ilustradas pelo perfil geológico que este acompanha, e das quais foram obtidas as amostras juntas e determinada a espessura dos leitos, acham-se expostas numa elevada escarpa às margens do rio Candiota, num ponto denominado "Serra Partida", onde aparecem na seguinte ordem de superposição:

A camada superior (n° 1) é composta de arenito de natureza altamente ferruginosa; semelhando em seu aspecto o Gres Bizarre da Europa. Contém nódulos de peróxido de ferro silicoso, contendo de 25 a 35 por cento de metal. Varia consideravelmente de espessura, em alguns trechos completamente gasto e atingindo em outros uma profundidade de mais de 200 pés. Imediatamente abaixo dessa camada, ocorre uma outra camada de xisto-carbonoso

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