As massas rochosas da Serra de Ouro Preto, que há mais de um século têm sido lavadas, depositam-se em grande parte no vale, de modo que as estradas e casas construídas perto do ribeirão se acham em nível de cem palmos acima das que foram construídas nos primeiros tempos.
Ao sul de Mariana levanta-se o prolongamento da grande Serra do Itacolomi, até uma altitude de 3.651 pés, enquanto a própria cidade se acha a 2.390 pés, mais baixa que Vila Rica, portanto, 1.390 pés. Para os outros lados, o vale, em forma de caldeirão, é balizado por morros pouco elevados, constituídos de xistos argilosos, em toda a parte devastados pelo serviço de talho aberto.
Em um deles, o proprietário, um dos mais distintos padres da Catedral de Mariana, perdeu a vida em 1816, quando, dirigindo o trabalho, foi soterrado com seus escravos por uma massa de terra que se desmoronou.
Mais para baixo, no ribeirão, avistam-se as grupiaras e, no fundo mesmo do vale, diversos serviços de esgotamento dos pequenos córregos, a fim de pôr a seco os respectivos leitos.
No círculo de uma légua de diâmetro, nas cercanias da cidade, estavam em serviço, em 1815, dez lavras, que empregavam duzentos escravos, além dos quatrocentos faiscadores, que trabalhavam nos lugares de domínio público.
Seria de excelentes resultados a realização de um grande cerco no leito do ribeirão, o que exigiria o rompimento dos rochedos que o atravessam a meia légua da cidade e dão lugar a uma grande cachoeira.
Na saída da cidade de Mariana, começam o itabirito e o xisto argiloso, que repousam sobre o gnaisse e o grünstein. Na região se encontra Camargos, outrora rica em ouro, mas onde, atualmente, apenas seis