Esse modo de proceder é geral e ninguém pensa em prosseguir tranquilamente na sua profissão. Cada um quer saltar para postos mais elevados, ou obter funções mais rendosas. Não raro o consegue, como há vários exemplos.
Onde domina esse hábito, será possível conseguir pessoal competente em mineração?
Só das pessoas que amam sua profissão é que se poderá obter profissionais capazes e experimentados, úteis nos lugares que ocuparem.
O mineiro mais capaz, no Brasil, deixaria imediatamente seu lugar se conseguisse outro que lhe desse maior renda, ainda que menos honroso, tanto mais que aos empregados das minas ainda não é possível remunerar de acordo com o desejo de cada um.
Segundo meu modo de pensar, somente há dois meios de obviar ao mal: ou se publica uma lei proibindo indistintamente esses pulos de uma profissão para outra, ou se determina que só os homens de cor poderão especializar-se em mineração, já que eles estão excluídos da maioria dos empregos de importância.
Jovens dessa classe, que já possuíssem alguma base, seriam, então, à custa do Estado, enviados para o estrangeiro, onde, durante quatro anos, se especializariam em geologia e metalurgia. Findo esse prazo, voltariam para o Brasil, e só seriam colocados caso demonstrassem conhecimentos práticos e teóricos, no exame rigoroso a que seriam submetidos.