Oeste Paranaense

Subimos uma elevação denominada Serrinha do Góes e, ao descermos para o Rio das Mortes, uma violenta derrapagem levou-nos para um corte pronunciado do terreno. O auto tombou; uma das rodas traseiras ficou completamente esmagada e nós fomos projetados, em verdadeira grandeza, no chão lamacento do grotão. Rara felicidade não haver vítimas a lamentar.

Estávamos ali procurando resolver o problema que se apresentava, quando surge o proprietário do Hotel Puretz, o dono do edredom que me agasalhou esta noite.

O senhor Puretz, como bom polaco e excelente hoteleiro, sabe ser gentil com os itinerantes e convidou-me para viajar no seu fordeco até Guarapuava.

Na iminência de ficar ali suportando um frio intenso, resolvi não contrariar o amável polonês.

Atravessamos o rio das Mortes que com o das Pedras formam o Jordão, afluente do Iguaçu.

Logo depois o fordinho entrava chocalhando na capital do sertão paranaense — Guarapuava — onde o progresso caminha lentamente, quase imperceptível.

As suas ruas são largas, mas infelizmente não calçadas, de modo que com o tempo chuvoso o transeunte tem que vencer atoleiros, carregando nos calçados grossas camadas de lama vermelha.

A água utilizada é retirada de poços ou dos arroios que correm nas proximidades da cidade.

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