lado, abnegadamente, secundando-o com inteiro devotamento e solicitude.
Em saindo desta refrega, a Comissão translada-se para outra região, incumbida de construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antônio do Rio Madeira.
Tal cometimento não foi levado a cabo senão à custa de aturados sacrifícios, árduos trabalhos e inflexível tenacidade, figurando o tenente Amarante, com a sua rígida organização moral e física entre os mais eficientes colaboradores dessa obra.
Em 1909, com efeito, encontramo-lo incorporado na expedição que, sob a chefia do então tenente-coronel Rondon, procede ao reconhecimento dos sertões situados entre os vales do Juruena e Madeira, campanha memorável em que os expedicionários foram submetidos às mais amargas provações.
O morto de ontem é um dos heróis dessa jornada homérica, que por si só bastaria para recomendar a sua memória à admiração dos brasileiros.
A atuação do tenente Amarante foi particularmente assinalada na construção da já referida linha telegráfica.
A Comissão defronta, por essa ocasião, uma crise sobremodo grave, visto que o cargueiro já não correspondia às necessidades do serviço.
O tenente Amarante soluciona esta crise com o seu espírito operoso e culto.
É por iniciativa sua que a Comissão adota então nos seus serviços os caminhões Saurer e Ford, os quais, evidentemente, não teriam preenchido os seus fins, se o esforçado oficial, com feliz intuição do problema, não lhes adaptasse um dispositivo destinado a facilitar o tráfego nos areais da serra dos Parecis.
Tal dispositivo consistiu na adptação do trilho articulado sem fim às rodas dos caminhões-automóveis, mais tarde empregado alhures, mas cuja precedência lhe pertence.
Como engenheiro, geógrafo, explorador e sertanista, o malogrado oficial realiza trabalhos que lhe conferem títulos de benemerência, pelo muito que contribuiu para a elucidação da geografia do Brasil.
De 1912 a 1914, explora e levanta a região situada entre as estações de José Bonifácio e Urupá (atual Presidente Pena): em 1916, explora e levanta o rio Candeias, afluente do Jamari; em 1917, explora e levanta as cabeceiras do rio Jaci-Paraná e seu divisor; em 1920 explora os rios Marmelos e Maici, afluentes do rio Madeira; em 1921, explora o rio Cabixi, cuja navegabilidade estuda.
No ano de 1922, esteve à disposição do Supremo Tribunal Federal como perito, na questão de limites entre os estados do