auxiliava o médico na aplicação das injeções de quinino a todo o pessoal retirante.
Para não alongar demasiado esta nota, concluirei recordando o importante trabalho que Amarante executou, explorando um novo caminho entre o Guaporé e a estação de "Vilhena", numa extensão de 140 km, e iniciando a abertura do varadouro que permitia reduzir a três dias a travessia indicada, com a vantagem de alcançar o vale do Guaporé em trecho navegado por lanchas, que facilmente alcançam Guajará-mirim, extremo norte da E. F. Madeira-Mamoré.
Para compreender o alcance deste trabalho, que devemos a sua iniciativa e tenacidade, basta lembrar que Vilhena dista 730 km de Cuiabá e 762 km de Santo Antônio do Madeira, pela linha telegráfica.
— Já estavam escritas as linhas acima, quando repercutiu dolorosamente aqui pelos pampas a notícia do falecimento do distinto oficial, vitimado no penoso cumprimento dos deveres impostos pelo cargo que exercia, em pleno sertão, longe do lar, longe da estremecida esposa que o amava, longe dos cinco filhos que o idolatravam... Em homenagem a sua memória, fecho esta nota com a transcrição do artigo publicado em 29-8-29 pela "Gazeta de Notícias" do Rio de Janeiro, sob a epígrafe: "A Comissão Rondon perde um valioso auxiliar".
"Sepultou-se no dia 8 do corrente, em Porto Velho, Estado do Amazonas, o major de engenharia Emanuel Silvestre do Amarante, que exercia as funções de chefe da Zona Norte da Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas.
Deixa o malogrado oficial uma folha de inestimáveis serviços prestados ao país como um dos mais valorosos auxiliares do Sr. General Rondon, seu digno sogro, nas árduas tarefas que o governo da república lhe tem cometido.
Em 1907, o então Amarante ingressa no serviço da Comissão como auxiliar da construção da linha telegráfica de São Luiz de Cáceres à cidade de Mato Grosso.
O jovem oficial durante estes trabalhos, distinguiu-se pela sua operosidade e capacidade técnica, do mesmo passo que um lamentável surto de impaludismo, que deixou imunes apenas o tenente Amarante e o Dr. Armando Calasans, médico do contingente militar, lhe propicia ensejo para revelar as prendas de seu caráter e de seu coração.
Ao atingir a região do Guaporé, a Comissão fora colhida por essa violenta erupção da terrível endemia local.
Eram quase duas centenas de enfermos em estado grave, aos quais o digno facultativo não teria podido prestar os socorros necessários, se o tenente Amarante não se tivesse colocado ao seu