Na Rondônia Ocidental

Os chiquitos vivem, pois, indistintamente, no Brasil e na Bolívia. Consideram-se, em geral, bolivianos, embora este gentílico só se refira aos civilizados daquele país. Na fronteira, quando não fazem vida à parte, procuram emprego nas fazendas. As mulheres e os meninos que se dedicam à vida doméstica são tranquilos, submissos. Os homens gostam da vida aventurosa do vaqueiro e do poaieiro. Levam quase todos a vida de camaradas insolvíveis. Entregam-se muitos ao vício da embriaguez. Gostam da cachaça, mas sabem fazer também uma bebida fermentada de milho — a chicha — que pode causar embriaguez ainda mais forte. Acusam-nos de falsidade e inclinações rapaces.

Na Bolívia, apesar da afinidade de raça e da identidade da língua, os chiquitos são tratados com desprezo pelos civilizados. Dizem estes que os brasileiros da fronteira "estragam" os "naturales" (os chiquitos), dando- lhes bom trato e mesa para refeições.

— "A cambas, dizem eles, es guasca y mas (chicote e milho). Nada mas".

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