Das sínteses do professor MENDES CORREIA em ambos esses livros resulta a confirmação da tese da complexidade étnica das populações ditas ibéricas. É certo que o tipo dominante é o ibérico; mas tipos representativos de outras raças também ali aparecem, embora esporadicamente, como, por exemplo, o H. europeus, com os seus olhos azuis, os seus cabelos louros, a sua alta estatura, a sua dolicocefalia acentuada (que, aliás, não é ali diferencial, porque o íbero, elemento dominante, é também dolicocéfalo).
Suevos e godos, embora varridos histórica e politicamente da Península, ali ainda remanescem pela imortalidade do sangue, explodindo aqui e ali em imprevistas revivescências atavísticas. Estas irrupções de caracteres nórdicos são mais frequentes, como se vê dos dados e mapas do professor MENDES CORREIA, na zona do Norte (Minho, Douro, Traz-os-Montes e as duas Beiras) — zonas onde a análise antropológica constata maior abundância de tipos louros.(8) Nota do Autor Estes germanóides aparecem ali numa proporção de 2%, mais ou menos, segundo os cálculos de FERRAZ DE MACEDO; mas nas correntes imigratórias contemporâneas, esta proporção aumenta, atingindo, como se acaba ultimamente de verificar nos grupos que se encaminham para a América do Norte, um coeficiente de 5 a 10%.(9) Nota do Autor