Ensaios de antropologia brasiliana

o "homem" tal qual, durante muitos e muitos anos.

A experiência alheia não deve ser desprezada. Muita gente acredita que o surto da babugem às primeiras chuvas, depois da seca, prova alguma cousa de particular, quanto às qualidades excepcionais do solo. Leio em um excelente volume de Griffith Taylor que o mesmo acontece na Austrália. (Environment and Race).

Nós todos acreditávamos que a localização dos trabalhadores nacionais fosse cousa muito simples: dar a cada família um pedaço de terra, estabelecendo "núcleos coloniais", uma casa, ferramentas e o mais que corresponde à assistência do Estado. Foi o que se fez. Muitos núcleos assim se fundaram há uns 15 anos. Quantos prosperam hoje? Os colonos nacionais, em geral, abandonaram os seus lotes, venderam o que lhes dera a União e partiram, como hão de partir os sertanejos, apesar dos açudes. Não bastou a terra aos primeiros; a estes a irrigação artificial não bastará. A questão não é apenas de "água" (Norte), como não foi de "terras" (Sul). É principalmente de educação agrícola do homem.

Bem dirigidas as fazendas para colonos ou colônias agrícolas preparatórias (como quiserem), viverão por si mesmas, sem pesar no orçamento da União ou dos Estados.

Ensaios de antropologia brasiliana - Página 30 - Thumb Visualização
Formato
Texto
Marcadores da Obra