Pelo Brasil maior

quantia (no economise gasto algun) para que a imprensa daí, ao ocupar-se da guerra que estala entre o Brasil e o Paraguai, mostre simpatias pelos princípios que sustentamos contra a ambição dum Império escravocrata e em defesa duma república irmã e das mesmas instituições que nós." Os agentes de Berges executaram suas instruções. Cascatearam aos montes "las onzas de oro" com a efígie de Carlos IV. E o Paraguai assumiu ante os espíritos simplistas, envenenados por essa propaganda, o seu duplo papel de redentor do Cativeiro e de paladino do Uruguai.

Os maiores órgãos da opinião deram curso a essa balela: "Realmente" exclama Reclus na Revue des Deux Mondes, "realmente esse conflito se produz entre a oligarquia escravista e a democracia republicana!" Não tardou a propaganda de Berges, em ganhar o próprio Brasil, onde os olhos de lince de Paranhos a divisaram e denunciaram com os seus processos de compra.

Já era o Rio Grande do Sul sensível à ideia republicana. Vivas inda estavam as tradições de Piratini, que celebrara em 1837 um tratado com o Paraguai. Pela fronteira do Sul entrou a senha de Berges. Entrou com a velocidade dos germens epidêmicos. Dentro em breve devia transformar-se em argumento e clava antidinástica. "Império escravocrata", "mancha da América repúblicana", "algoz do Paraguai" — todo o arsenal de doestos

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