e o próprio Pombal dar o devido desconto aos livros franceses em que aprendia?
Não faltaria, porém, a reverência, que lhe devemos todos, quem afirmar que essa é a mais fraca, a mais tumultuaria e a menos bem redigida das suas obras.
Foi escrita de um jato, devido à sugestão de Saldanha Marinho. A pressa da composição revela-se aos olhos mais inexpertos pelo tom oratório que a guinda do princípio ao fim e nos deslizes de linguagem, que a desfeiam. Os materiais da fatura e o iterativo das citações traem a escassez das fontes compiladas e a suspeição flagrante. Por isso mesmo o Ruy da madureza envergonhava-se dessa obra do Ruy da juventude, da qual apenas ressalvava o brado histórico pela liberdade de culto. No entanto é impossível sonegar por mais tempo à curiosidade pública esse terrível libelo contra o Vaticano, então acusado de querer restaurar o poder temporal urbi et orbi.
Poucos anos, porém, bem poucos depois de escrevê-la começou a conversão católica de Ruy. Não tento descrevê-la, nem seria, aqui, oportuno. Basta que se saiba que a única irreligiosa das suas obras foi o prefácio do Papa e o Concílio.
Separando-a do Estado, Ruy prestou à Igreja o maior dos serviços que ela podia receber. A Igreja alcançou na República uma posição,