Pelo Brasil maior

uma autonomia, uma influência, uma dignidade a que jamais atingiu no Império. A influência subreptícia de um padroado virtual perturbava a orientação da Igreja, sempre preocupada em não ferir os melindres das preferências imperiais e conciliá-las com as suas, coisa tanta vez impossível. A República, pelo menos no terreno administrativo e político, varreu do solo brasileiro os últimos vestígios de pombalismo e galicanismo.

Cabe a Ruy Barbosa a glória sobre todas singular de ser o expoente da época e da geração que veio restituir à Igreja a sua liberdade. Separada do Estado, ele a reconhece contudo como a grande potência espiritual, como a preservadora do espírito da raça, como a grande aliada do governo na árdua tarefa de encaminhar a nação para as suas gloriosas finalidades.

A síntese subjetiva do Brasil cabe num triângulo formado por Anchieta, Pombal e Ruy Barbosa. Anchieta, símbolo de epos católico, deu-nos o primeiro oxigênio que respirou a nossa crença, levando-nos em sua companhia ao alto da montanha onde respirava a sua vocação de predestinado. Criou o pragmatismo religioso, de que ainda vivemos, com as inevitáveis modificações dos tempos. Foi a Fé. Pombal, o obtuso algoz dos jesuítas, o torvo carrasco dos Távoras, o sinistro incendiário da Trafaria, nasceu da fusão da propaganda racionalista e da capacidade luterana

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