como do caldeirão das megeras em Macbeth, o gênio malfazejo e homicida evocado pelos seus sortilégios. Criou o ateísmo do Estado, um ateísmo hostil e militante, tanto mais perigoso quanto dissimulado sob aparências de conciliação e respeito. Foco de infecção moral, de que ainda hoje sofremos as consequências, estudá-lo é estudar as nascentes de um rio envenenado. Foi o Estado antirreligioso. O terceiro, vítima na juventude da infecção pombalina, bem cedo curou-se, regressando ao grêmio da crença. Bem cedo compreendeu que a formação católica é o único nexo conectivo, que une este imenso todo, o verdadeiro sistema nervoso do organismo nacional. Apostatou a apostasia. Abjurou da abjuração. Encontrou a Igreja no cativeiro babilônico. Escrava do Estado, acorrentada ao regalismo, espirava o bafio do ergástulo, embora lhe quisessem dar a ilusão da independência. Ruy Barbosa pregou e proclamou o regime em que vivemos.
Não o iludia a visão de estadista. Do decreto da liberdade religiosa, em que tantos lhe auguravam a decadência, nasceu a resurreição da fé, a reintegração do Brasil na mais fecunda das suas tradições. Ruy Barbosa foi a Igreja livre no Estado livre.
Coube à República libertar a Igreja do regalismo tentacular que a asfixiava. Ruy Barbosa