Pelo Brasil maior

os portugueses de São Paulo orçavam por esse número.

O filho de Loyola plasmou a alma informe do selvagem como um barro dútil ao sopro da obediência. Oleiro habilíssimo, deu a esse sopro origem divina. Deus vult. A ingenuidade adamítica do guarani, o tato e a intuição dos padres, a sua bondade, a sua pureza, os seus sacrifícios, a sua formação moral, com os seus toques de milagre, a confissão, elevada à altura de primeiro dever humano, tinham criado uma raça que depunha nas mãos dos chefes toda a sua vontade, que abdicava de todo o pensamento e de toda a análise, e que punha a sua honra, a sua missão na terra e o seu dever humano em obedecer. Para essa pobre gente o governo e a administração tinham nascido do direito divino. Só lhe restava executar os seus desejos. Esse característico racial foi tão profundo que perdurou até o tempo de Solano Lopez. Masterman, cuja obra é a melhor que existe sobre o Paraguai, cita fatos. Uma feita, perdido na estrada, dirige-se a um grupo de paisanos, falando-lhes de igual a igual. Silêncio. Nem um aceno, quanto mais uma resposta. Exaspera-se e grita. Tem tudo o que quer. Gritou? Pertencia à raça dos senhores. Só lhes restava obedecer.

Halle, um negociante de tecidos e rendas, vai sair de Assunção. Encontra na Alfândega os embaraços de costume. Perde a cabeça, vocifera

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