Pelo Brasil maior

exumando-lhe os restos mortais e atirando-os às correntes do rio para que os levasse ao Atlântico, cuja imensidade não era maior do que a sua hedionda malvadez.

D. CARLOS ANTONIO LOPEZ

D. Carlos Antonio Lopez não desmentiria a linhagem de Francia, se fosse seu sobrinho como querem alguns. Mas não era. Filho dum sapateiro espanhol e duma judia guaiacuru nada tinha de comum com o déspota senão a tirania. Contudo é preciso fazer-lhe justiça. Colocado no painel central da tríptica em que se retratam os três déspotas paraguaios, ele se destaca pela sua relativa humanidade. Mandou matar pouca gente. Poucos bens confiscou. Não permitia violências e espoliações senão aos membros de sua família. Chegava a sua solicitude pelo bem-estar do seu povo a guerrear a usura por todos os meios imagináveis, e a não permitir o estabelecimento de casas de penhor ou de prego, senão às suas filhas, boas financeiras, que também compravam com abatimento notas desvalorizadas que o Tesouro lhes trocava por moeda sonante. Era um Governo que alguns paraguaios chamavam de patriarcal. Patriarcal, como se vê, na extensão da palavra. Mas, tirante pequenas fraquezas, foi um bom administrador e um estadista que via longe. Conhecendo

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